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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Enterrado vivo pelo dono

Os moradores de Novo Horizonte, interior de SP, acordaram com uma notícia que chocou toda a cidade. Um filhote de cachorro de 4 meses foi supostamente enterrado vivo pelo próprio dono, na terça-feira (6/12), ficando por quase 12 horas nessa situação. O cão foi resgatado no dia seguinte, quando um protetor de animais resolveu entrar no quintal da residência para verificar a denúncia sobre o caso, feita por vizinhos.
Na terça-feira, a ONG Associação Protetora dos Animais Mão Amiga foi avisada de que um cachorro estava sendo maltratado pelo proprietário, o aposentado Orlando dos Santos, que mora na Rua 7 de Setembro, no bairro Quarto Centenário. A entidade enviou o protetor Alexandre Rodrigues, de 35 anos, ao local para verificar o que ocorria.
Ao questionar o proprietário sobre o paradeiro do cão, o protetor foi informado de que o bicho estava na rua, mas não foi localizado. A mesma vizinha que fez a denúncia sobre os maus-tratos chamou a atenção de Rodrigues sobre a possibilidade de o animal ter sido enterrado vivo. “À noite, ela nos informou sobre os maus-tratos. Disse-nos que ele poderia ter sido enterrado. Segundo ela, o vizinho já tinha falado para todo mundo que fizera isso com outro cão, que o tinha enterrado ainda vivo.”
No outro dia, às 7h30, o protetor foi novamente a casa e percebeu que havia indícios de que o terreno do quintal tinha sido mexido. “Havia mais terra por cima em uma parte do quintal do que no resto do terreno. Aí decidi entrar. Passei a mão e ele estava lá. A sensação foi horrível. A cova era rasa e o cachorro estava tão fraco que não conseguia sair. Foi uma crueldade que nunca vi na minha vida”, afirma.
O dono do animal percebeu a movimentação e acordou. Ao sair, viu que o cão fora retirado e ameaçou chamar a polícia, por invasão. “Ele disse: ‘Eu estou aqui doente e ninguém vem me perguntar como estou. Agora por causa de uma porcaria de um vira-lata vem esse monte de gente aqui atrás de mim’. Por estar muito debilitado, decidimos levar logo o filhote para a clínica veterinária”, explica Marco Antonio Rodrigues, presidente da ONG.






Segundo Viviane Cristina da Silva, médica veterinária da Clínica AMA, naquele momento o estado de saúde do cão era crítico. Desidratado, desnutrido e com problemas dermatológicos graves, a sua sobrevivência foi vista como um milagre pela especialista. “Sinceramente, não sei como ele sobreviveu. A sorte é que a as vias respiratórias do focinho estavam desobstruídas, mas acredito que ele não aguentaria nem uma hora naquela situação.” Foi ela quem deu o nome de Titã ao cão. “Eu fiquei muito emocionada com o que ocorreu e queria fazer uma homenagem a sua luta. Como Titã significa filho da Terra achei que seria adequado.”

Viviane Cristina da Silva, médica veterinária da Clínica AMA, 
o filhote Titã e o protetor Alexandre Rodrigues, da ONG Associação
Protetora dos Animais Mão Amiga.
Crédito: Associação Protetora dos Animais Mão Amiga/Divulgação
O cão apresenta um quadro de saúde estável, mas está tratando uma infecção de pele já avançada e ainda não está fora de risco de morte. “No momento ele está bem, só o que preocupa é a infecção. Mas ele tem 80% de chance de sair dessa situação”, afirma a veterinária. O cão também apresenta úlcera nos olhos, mas deve passar por uma cirurgia apenas quando o quadro geral do animal apresentar melhora.

O delegado de polícia Luiz Fernando Calmon Ribeiro aguarda o laudo veterinário para intimar o acusado a depor, o que deve ocorrer na semana que vem. “Informações indicam que ele está desaparecido, mas imagino que esteja em casa de parentes e vamos rastreá-lo, se não for encontrado. Com certeza iremos encaminhar o caso ao Fórum com a indicação de crime de maus-tratos”, afirma. Segundo ele, Orlando dos Santos poderá ser enquadrado no artigo 32, da Lei 9.605. A pena prevista é de detenção de 3 meses a 1 ano, acumulada com multa.

Então... DENUNCIE


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